Mosteiro de São Bento de Ave-Maria (1518-1894)
Mandado construir em 1518 por D. Manuel I, o mosteiro, de imponente
arquitectura manuelina, tinha fachada para sul, onde se destacava a porta
lateral da igreja e a entrada para o claustro. A norte ficavam
dormitórios, cozinhas e despensas. Chegou a albergar 300 pessoas. O
mosteiro sofreu muitas alterações ao longo dos séculos, nomeadamente na
sequência do violente incêndio de 1783 que obrigou à construção de uma nova igreja, em estilo barroco.
Com a vitória do Liberalismo em Portugal, foram extintas as ordens
religiosas, tendo o mosteiro ficado devoluto em 1892, após a morte da
última freira. Os claustros foram prontamente demolidos e, alguns anos
mais tarde, a mesma sorte teria a igreja anexa, com fachada para a rua
do Loureiro. No lugar do antigo mosteiro foi erguida a estação
ferroviária de São Bento, inaugurada em 1916, com projecto do arquitecto
Marques da Silva. O espólio do mosteiro foi repartido por vários locais.
Algumas imagens, alfaias, paramentos e o próprio órgão da antiga igreja
podem ser hoje encontrados na nova igreja de São Martinho de Cedofeita.
Café Rialto (1944-1972)
Inaugurado em Dezembro de 1944, no rés do chão do chamado
"arranha-céus" projectado por Rogério de Azevedo, o Café Rialto foi
concebido por Artur Andrade, o arquitecto do cinema Batalha. Contava com
murais de Abel Salazar, Dordio Gomes e Guilherme Camarinha. Era
frequentado por gente da cultura, da literatura e da arte. Nas décadas
de 1950-60, foi local de reunião de uma geração
de poetas contestatária do Estado Novo – António Rebordão Navarro,
Egipto Gonçalves, Daniel Filipe, José Augusto Seabra, Luís Veiga Leitão e
Papiniano Carlos – responsável pela edição da revista de poesia
"Notícias do Bloqueio".
Encerrado em 1972, o espaço do antigo
café Rialto é actualmente ocupado por uma dependência bancária, no piso
térreo, e por um clube de bancários, na cave. Ainda se conservam dois
dos frescos que decoravam o antigo café.
Estádio das Antas (1952-2004)
Construído para substituir o campo da Constituição, o "estádio do
Futebol Clube do Porto", na designação oficial, ocupava 63.220 m2, tendo
inicialmente capacidade para 44 mil espectadores, distribuídos por três
bancadas – duas superiores e uma lateral. O lado leste do campo não
tinha bancada, sendo chamado porta da Maratona. O estádio foi inaugurado
em 1952, numa pomposa cerimónia que
contou com a presença do então presidente da República, Craveiro Lopes.
Dez anos após a inauguração, o recinto foi dotado de iluminação eléctrica
e, em 1976, foi construída uma bancada ao longo da lateral leste do
campo, acrescida de um segundo anel – a arquibancada –, aumentando a
capacidade do estádio para 65 mil lugares. Em 1986, o rebaixamento do
campo permitiu alcançar o máximo de capacidade: 95 mil lugares. Na
década seguinte, a melhoria de condições de conforto e de segurança
ditaram a redução para 55 mil lugares.
Com a inauguração do
estádio do Dragão em Novembro de 2003, o velho estádio das Antas acabou
por ser demolido em Março e Abril de 2004. Nos 52 anos de existência, no
estádio das Antas, o FC Porto sofreu 80 derrotas, empatou 119 vezes e
venceu 803 jogos.